Poucos sabem que o Brasil já teve um presidente negro: Nilo Peçanha. Seu legado fundou a base das escolas técnicas e da educação profissional que impulsiona tecnologia até hoje — mas sua história segue apagada. No Dia da Consciência Negra, é hora de lembrar o que nunca deveria ter sido esquecido.
Pouca gente sabe. Aliás… quase ninguém.
Mas o Brasil já teve um presidente negro.
E é simplesmente revoltante como essa informação não aparece nos livros da escola, não é comentada, não é celebrada — e quando você fala, as pessoas te olham com aquele “hã?” de quem nunca ouviu falar.
O nome dele era Nilo Peçanha.
Filho de uma lavadeira e de um pequeno comerciante, nasceu em 1867, em Campos dos Goytacazes (RJ), e chegou à presidência da República em 1909 — após a morte de Afonso Pena. Foi o sétimo presidente do Brasil e o primeiro negro a ocupar o cargo mais alto do país.
E não, isso não é “curiosidade de historiador”. É um exemplo claro de apagamento histórico que ainda acontece em pleno século XXI.
O que quase ninguém sabe é que Nilo Peçanha foi o patrono da educação profissional no Brasil. Em 1909, ele criou a Rede Federal de Escolas de Aprendizes e Artífices — a base dos atuais Institutos Federais.
Seu projeto era revolucionário para a época: educação técnica gratuita como ferramenta de ascensão social. Nilo acreditava que o progresso viria pela formação prática e tecnológica — o mesmo ideal que hoje move engenheiros, programadores e inovadores pelo país.
Além disso, seu governo incentivou a industrialização, investiu em infraestrutura e abriu espaço para debates sobre trabalho e cidadania — temas ousados para um Brasil que ainda vivia as marcas da escravidão recém-abolida.
Tudo isso sendo um homem negro em 1909, em um cenário político dominado por elites brancas. Isso é mais do que história — é resistência.
Porque Consciência Negra não é só lembrar dores. É lembrar conquistas. É trazer à luz o que tentaram apagar. É afirmar que o Brasil sempre teve intelectuais, líderes e visionários negros — mesmo que o sistema tenha tentado esconder.
Falar de Nilo Peçanha é falar de tecnologia, de educação e de futuro — tudo aquilo que o Trevvos defende: conhecimento como ferramenta de transformação.
Ele abriu portas que ainda hoje sustentam carreiras como a minha, a sua e de milhões de brasileiros.
Se alguém disser que o Brasil nunca teve um presidente negro, você já sabe o que responder.
Se alguém disser que “tecnologia é coisa nova”, lembre-se: antes mesmo dessa palavra estar na moda, já existia um homem negro construindo o futuro técnico do país.
Hoje é Dia da Consciência Negra. E consciência é isso: ver o que tentaram apagar.
Autor no ecossistema Trevvos.
