Inflação é quando os preços sobem de forma persistente e generalizada. Não é promoções pontuais acabando: é o custo de vida inteiro “andando para cima”.
Como se mede? No Brasil, o indicador mais usado é o IPCA, calculado pelo IBGE com uma “cesta” de bens e serviços. O resultado é uma variação percentual do custo dessa cesta.
Por que os preços sobem?
- Demanda aquecida: muita gente comprando, empresas reajustam.
- Custos: dólar alto, energia, frete, salários e insumos pressionam.
- Expectativas: antecipa-se reajuste quando se espera inflação.
- Choques: safra, crises internacionais, pandemias.
Selic e inflação: a taxa básica é o freio/acelerador da economia. Selic alta encarece crédito e tende a esfriar preços; Selic baixa estimula consumo e pode pressioná-los.
Núcleo de inflação: retira itens muito voláteis para enxergar a tendência.
Inflação e salários: se o reajuste salarial fica abaixo da inflação, há perda real de poder de compra.
Quem perde/quem ganha? Perde quem tem renda não corrigida e dinheiro parado; podem ganhar contratos indexados e quem repassa preços com eficiência.
Exemplo de corrosão: item de R$ 100 com inflação de 8% → R$ 108 no ano seguinte. Sem reajuste equivalente de renda, compra-se menos.
Efeitos práticos: mercado mais caro, aluguel indexado, combustível sensível ao câmbio, crédito mais caro quando juros sobem.
Proteções e estratégias:
- Reserva no pós-fixado (CDI/Selic).
- Diversificação em pós, IPCA+ e, quando fizer sentido, prefixado.
- Renegociação de contratos indexados.
- Higiene do orçamento: cortar indexações invisíveis (assinaturas).
- Ajuste de metas de aportes considerando inflação e renda.
- Empreendedores: política de preços e ganho de eficiência.
Checklist de negociação salarial: traga IPCA acumulado, resultados (KPIs) e proponha reajuste + variável por metas.
Câmbio e repasse: real fraco encarece importados; parte vira preço final ao consumidor, com defasagem.
Preço alto ≠ inflação alta: um salto de preço único não é inflação; inflação é a sequência de altas.
Regras de bolso: dinheiro parado perde; dívida cara cresce; juro real positivo preserva poder de compra.
Resumo: inflação é o imposto silencioso. Entender IPCA, Selic e indexação ajuda a proteger o bolso e decidir melhor em consumo, salário e investimentos.